Crime de racismo contra família negra mobiliza comunidade da Casa da Infância
- Equipe de Comunicação Casa da Infância
- 17 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de jun. de 2023

A notícia de que uma das crianças da comunidade da Casa sofreu racismo em uma farmácia próxima à escola na tarde anterior foi como um gatilho explosivo para a confecção de cartazes, faixas e entoações de protesto.
Estava dada a reação coletiva contra esse crime que tanto fere a dignidade humana: uma manifestação composta por crianças, em sua maioria, além de mães, pais, educadores e educadoras. Saíram em marcha da escola, na Praça dos Eucaliptos, até a Drogaria Globo da Alameda das Espatódeas, no Caminho das Árvores, onde aconteceu o episódio, para levarem o recado de que racismo é crime e inaceitável.

O fato - Uma família, após pegar sua criança na escola, no dia 10 de março, foi até a Drogaria Globo para fazer compras. De acordo com o pai vítima de racismo na farmácia, Marcos Lima, o segurança o perseguiu e fez o mesmo com seu filho e esposa durante toda a movimentação deles dentro do estabelecimento. Ao questionar tal postura, o funcionário, segundo a vítima, disse estar "fazendo a segurança da loja".
Em redes sociais, Marcos Lima cobrou da drogaria investimento em treinamento de seus funcionários para o combate ao racismo. "Que digam (aos funcionários) em seu primeiro dia de trabalho para não perseguirem pessoas negras dentro de seus estabelecimentos. Será que as câmeras de segurança que nos vigiam sorrateiramente à distância já não são suficientes?", questionou, exigindo medidas efetivas "para que uma mulher, mãe, não volte para casa arrasada por ver seu filho de oito anos sofrer racismo".

Lição para a vida - O que as crianças aprendem com essa experiência? "Elas aprendem sobre a importância da manifestação, da formação de rede de apoio, acolhimento e luta, sobre o valor do direito e da garantia de terem vez e voz, sobre o respeito às suas ideias, pensamentos e sentimentos e que escola é lugar de exercício de cidadania", disse a líder da Casa da Infância, Marília Dourado.
De acordo com ela, todo movimento exige uma continuidade, mas a reação imediata contra um caso de racismo, como foi o compartilhado na comunidade, é imprescindível para cuidar das feridas abertas na subjetividade das vítimas.
Heitor Alcântara, 8 anos, amigo do colega vítima de racismo também deu seu recado na manifestação: "O mundo seria muito mais justo e melhor sem o racismo. Meu amigo tem direito de estar onde ele quiser sem sofrer essas coisas feias e que fazem doer, né?".

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